quarta-feira, 10 de fevereiro de 2010

A Sala de Vidro

Viktor e Liesel Landauer são recém-casados e, durante a viagem de lua-de-mel, conhecem um arquitecto arrojado, com ideias inovadoras, que tem o perfil adequado para construir a casa moderna com que sonham, diferente das ornamentadas vivendas que predominam na Checoslováquia. A Casa Landauer é um símbolo de transparência e racionalidade; a sua emblemática sala de vidro expõe o seu interior ao mundo exterior e a luz imensa que a invade é libertadora. Inspirada na Villa Tugendhat, da autoria de Mies van der Rohe, a Casa Landauer, que é o elemento central desta narrativa, proporciona ao casal anos de grande felicidade, mas a aproximação da Segunda Guerra Mundial obriga-os a fugir, devido à origem judia de Viktor. Seguem-se anos de mudanças e de progressivo afastamento físico e psicológico da Checoslováquia que, entretanto, já deixou de existir.

Passando por alguns países, pelas respectivas línguas (algumas palavras são mantidas, como no original, em alemão e em checo), por várias décadas e duas gerações, podemos deleitar-nos com uma leitura rica, tranquila, com muitas referências arquitectónicas e musicais. É uma obra plena de beleza e arte, mas também de emoções, de sentimentos, tanto bons quanto maus.

Patrícia

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