quinta-feira, 22 de outubro de 2009

A sombra do que fomos

O neto do homem que efectuou o primeiro assalto a um banco no Chile; um homem a comprar frangos de churrasco; um casal a discutir; um encontro entre velhos amigos; um crime. Tudo decorre em simultâneo, mas qual será o ponto de ligação que une estes personagens? Só após a primeira metade do livro se começa a formar a teia que os relaciona, impulsionada pelo arranque da investigação criminal.

Ao longo de todo o livro, surgem conversas sobre o comunismo, a anarquia, os ideais de liberdade; recordações de uma juventude revolucionária; reflexões sobre a mudança que transformou o Chile no período de duas, três décadas; o respeito e a lealdade perante valores e ideologias; reflexões sobre o presente, em que os personagens são apenas a sombra do que foram.
Com uma escrita agradável e acessível, destaco o sentido de humor a que nem todos acharão piada por não ser óbvio e por nem sempre ser suposto fazer rir. É interessante o uso de vocábulos mantidos na língua original, que ajudam a recriar o contexto chileno. Uma leitura bastante cativante, na minha opinião. Recomendo!
Patrícia

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