Philip Roth chega com este romance ao seu vigésimo sétimo livro, o que poderia não ter grande significado, como com tantos outros autores acontece, mas este não é mais um escritor. Indignação é sem dúvida um romance escrito por alguém que, e apesar das muitas opiniões contrárias, poderia e deveria já ter recebido o prémio Nobel, isto para quem o considera um prémio fundamental, e essa é outra questão. Mas vamos ao livro. Esta história passa-se no início da década de 50 do século XX e tem como protagonista um jovem judeu (há quem o considere o alter-ego de Philip Roth) nascido e criado na Newark dos anos 30 e 40, marcado por uma educação rígida e pela 2ª guerra mundial, que se depara com um mundo diferente quando aos 19 anos escolhe uma universidade do Midwest Americano para estudar e poder afastar-se de um pai que está obcecado com a sua segurança. A mudança vai provocar uma série de choques em Marcus e acaba por atirá-lo para a guerra da Coreia.
É um livro que condensa nas suas 173 páginas uma época de grandes alterações sociais, a inaptidão do protagonista em adaptar-se às novas circunstâncias, a laicização da sociedade americana, a guerra e as suas consequências, etc. Escrita límpida, enérgica e criativa que nos prende desde a primeira linha. É sem dúvida um dos grandes romances de Philip Roth.
Regina
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